Paulo Henrique de Oliveira estava solto há um ano por decisão judicial - Segundo vizinhos, ele era dependente químico
O crime bárbaro que
chocou os moradores de Fortaleza no último dia 19 tem novos ingredientes a
partir do avanço das investigações. O acusado Paulo Henrique de Oliveira, 35, preso por matar a mãe com dezenas
de facadas, também é acusado de torturar e enforcar dois tios, em 2015, no
município de Barreira, também no Ceará.
Após a morte dos tios, Paulo foi investigado e preso. No entanto, acabou solto
há um ano por ordem judicial. A decisão apontou excesso de prazo na formação da
culpa para liberá-lo para as ruas.
A história por trás dos assassinatos dos dois homens ocorridos há quase sete
anos envolve uma inimizade do sobrinho porque, supostamente, um dos parentes
tinha dinheiro e não prestava auxílio financeiro para a mãe dele. Com o passar
dos anos o sentimento mudou e o que era inimizade terminou de forma trágica no
dia 5 de dezembro de 2015.
Na tarde daquele dia, os corpos de Francisco
Peixoto de Oliveira, o ‘Chico Calado', e João Batista de Oliveira, o ‘João
Moco’ foram encontrados. Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará
(MPCE), ‘Chico Calado’ estava com os braços e pernas amarrados e o irmão dele,
estava morto em uma rede, em outro compartimento.
A perícia nos corpos apontou que o crime foi praticado por tortura e asfixia
mecânica. Com o andamento das investigações, a Polícia descobriu o autor e a
motivação do duplo homicídio.
De acordo com o MP, a vítima ‘João Moco’ possuía dinheiro e propriedades na
cidade, o que despertava a “raiva” de Paulo Henrique, já que a mãe, que ele
viria a matar anos depois, estava em dificuldades financeiras e não recebia
ajuda do irmão. A hipótese da Polícia foi confirmada um dia depois do crime.
No dia 6 de dezembro as contas bancárias das vítimas foram movimentadas em uma
de Fortaleza. No dia seguinte, nova movimentação financeira. Nos mesmos dias e
horários, uma pessoa foi flagrada pelas câmeras de videomonitoramento do banco:
Paulo Henrique.
SOLTURA - Ele foi interrogado pela Polícia e
confessou o crime e a motivação. Preso tempo depois, Paulo, por meio da sua
advogada, entrou com pedido de liberdade alegando excesso de prazo na formação
da culpa.
Após passar um ano e oito meses na cadeia, o homem que havia matado os
tios, foi solto. Na decisão, consta que o Ministério Público afirmou que não
estava comprovada a periculosidade do réu e muito menos a autoria do crime,
sendo necessária “dilação probatória” (aumento do prazo para a produção de
provas). Esse parecer do MP contraria a afirmação feita na denúncia, quando
pediu a condenação do réu por duplo homicídio qualificado.
Um ano após ser solto,
Paulo Henrique estaria de novo envolvido em um crime. No dia 19 de maio deste
ano, um ano e um dia depois de ser colocado em liberdade, em uma cena dantesca,
uma câmera de videomonitoramento flagra o momento em que ele ataca a própria
mãe e a esfaqueia 48 vezes. Toma um pequeno guarda-chuva que a genitora
carregava, solta alguns metros depois, e foge andando pela rua.
Um dia depois acaba preso pela Polícia Militar ainda carregando as roupas sujas
do sangue da genitora. Em depoimento, preferiu não falar. Vizinhos informaram
que ele não morava mais com a mãe por conta das agressões que Paulo Henrique
cometia contra ela. Mesmo assim, a vítima Maria Osana, sempre atendia aos
apelos do filho, como no dia em que foi morta.
A mulher foi informada por uma vizinha onde o filho estava e marcou um encontro
com ele no local onde acabou assassinada. Foi a última vez que esteve em vida
com o primogênito, que vizinhos afirmam ser dependente químico.
No último dia 22, Paulo Henrique teve a prisão em flagrante convertida em
preventiva, Ele agora não responde apenas por duas mortes, mas por três, todas
de pessoas que eram da família.
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