sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Membros de facção presos no Ceará movimentaram R$ 10 milhões e 'lavaram' dinheiro com bandas de forró

Dois principais investigados já estavam no Sistema Penitenciário cearense - Servidores públicos foram alvos de mandados de prisão, nesta sexta-feira

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Membros de uma facção criminosa de origem paulista, alvos da Operação Espelho Branco 2, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (12), movimentaram mais de R$ 10 milhões no Ceará e lavaram dinheiro com a compra de imóveis e veículos e com o investimento em empresas de eletricidade e em bandas de forró.
Os policiais federais cumpriram 6 mandados de prisão temporária e 9 mandados de busca e apreensão. Os principais alvos da ofensiva policial eram os irmãos Odemir Francisco dos Santos, o 'Branco', e Gustavo dos Santos, que já se encontravam no Sistema Penitenciário cearense, desde que foram detidos na primeira fase da Operação, em novembro do ano passado, em razão de mandados de prisão condenatória.
Os irmãos levavam uma vida de luxo no Ceará, desde ao menos agosto de 2021. E foram descobertos graças ao encontro de Odemir - apontado como uma chefia da facção - com Davi Salviano da Silva, o 'Véi Davi', em um hotel na Avenida Beira-Mar, em Fortaleza. Davi foi condenado pela Justiça Federal no Ceará por ser um dos líderes do furto de R$ 164 milhões do Banco Central em Fortaleza, em agosto de 2005, e voltou ao cárcere em outubro do ano passado..
O aprofundamento das investigações mostrou que os irmãos Odemir e Gustavo, com ajuda de 'laranjas' e outras pessoas, movimentaram pelo menos R$ 10 milhões no Ceará, em cerca de 4 meses. Eles saíram de São Paulo em busca de 'lavar' dinheiro com origem criminosa e de ter uma vida luxuosa.
Questionado sobre quais bandas foram contratadas, o delegado Alan Robson afirmou que não pode afirmar os nomes ou a quantidade, mas "foram várias". Os investigados se aproveitavam para tirar fotografias e fazer vídeos, com artistas famosos, para ostentar nas redes sociais. "Vai ser apurada qual a participação dessas bandas".
Os outros quatro alvos de mandados de prisão da Operação são dois servidores públicos, um empresário do ramo de revenda de veículos e um motorista, suspeitos de participarem do esquema criminoso de lavagem de dinheiro. A PF não divulgou os nomes dos investigados nem a área de atuação.
Os investigados podem responder, no Inquérito, pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de drogas. Se somadas, as penas chegam a 40 anos de prisão.

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