Homem afirma que foi agredido por seguranças de uma festa particular e que não houve qualquer conflito que motivasse as agressões
Um vendedor de 26 anos
denuncia que foi vítima de racismo após ser brutalmente agredido por seguranças
de uma festa particular no último sábado (6) no município do Crato, no interior
do Ceará. O vendedor afirma que não houve qualquer conflito que motivasse as
agressões e que estava acompanhado de um amigo branco, que não sofreu nenhuma
agressão.
Procurada, a segurança da festa informou que foi feita a apuração dos fatos e
que o vendedor foi colocado para fora da festa depois de uma situação nos
banheiros e por briga no evento. No lado externo, ainda segundo a segurança da
festa, ocorreu outra situação com outras pessoas que saíam do evento. Nesse
segundo caso, a segurança afirma não ter nenhum envolvimento.
"Eu estava de saída da festa. Quando eu voltei para pedir desculpas, ele
[um segurança] só informou que eu saísse fora porque senão ia sobrar para mim.
Quando cheguei no portão, os seguranças me abordaram já agredindo, me
derrubaram, bateram, jogaram spray de pimenta no meu rosto. Eu fiquei cego, sem
enxergar nada. Com o outro cara que estava comigo eles não fizeram nada. Eu
creio que seja alguma coisa de racismo. Eu sou negro e só quero justiça porque
eu não fiz nada, eu fiquei de joelhos, pedi para parar, sem saber o que estava
acontecendo porque eu não fiz nada. Eu não agredi ninguém, não parti para cima
para agredir eles nem nada".
Denúncia contra a PM - O homem também
denunciou que, após as agressões e com o corpo todo machucado, avistou um carro
da Polícia Militar (PM) passando em frente ao evento e pediu ajuda. Contudo,
ele afirma não ter recebido suporte e que os agentes que estavam no veículo não
pararam para ouvi-lo.
Sobre a denúncia contra o comportamento dos policiais militares, a PM informou
que os dados repassados pelo homem não foram precisos para localizar o suposto
carro da PM e os agentes que atenderam a ocorrência.
A corporação frisou que não concorda com desvios de conduta por parte dos
PMs e repudiou qualquer ação que vá de encontro aos valores e deveres da
corporação.
O posicionamento da PM contradiz a nota enviada pela Secretaria da
Segurança Pública do Ceará, que informou que uma equipe da PM esteve no local e
colheu indícios que vão ajudar nas investigações. A Secretaria confirmou que a
Delegacia Regional do Crato é a responsável pela investigação do caso.
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