Jornalista, que já é condenado por envolvimento em atos
antidemocráticos, está foragido da Justiça desde dezembro de 2022
O blogueiro cearense Wellington Macedo é um dos três réus acusados de envolvimento na tentativa de explosão de
uma bomba em Brasília, na véspera de Natal do ano passado. Foragido, ele seria
o responsável por ajudar a colocar o artefato em um caminhão com querosene,
estacionado próximo ao aeroporto da Capital, conforme a denúncia do Ministério
Público do Distrito Federal, aceita pela Justiça.
A identidade do jornalista foi revelada pelo Fantástico, nesse domingo (15).
Além dele, também foram indiciados no processo o mato-grossense Alan Diego dos
Santos Rodrigues, também foragido, e o empresário paraense George Washington de
Oliveira Sousa, que foi preso e confessou ter fabricado o explosivo. Os três são apoiadores do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL).
QUEM É WELLINGTON MACEDO - Natural da cidade de Sobral, Wellington Macedo de Souza é jornalista,
apoiador de Bolsonaro e considerado foragido da Justiça após retirar,
ilegalmente, a tornozeleira eletrônica
que usava.
Em setembro de 2021, ele foi preso pela Polícia Federal suspeito de
articular e financiar atos contra a democracia, realizados no dia 7 do mesmo
mês. Em outubro daquele ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes determinou a libertação do jornalista. Na decisão, Moraes
entendeu que não havia mais justificativa para a manutenção da detenção, uma
vez que a data do ato já havia passado. Então, ele determinou que Macedo
ficasse em prisão domiciliar, com uso de uma tornozeleira eletrônica.
Nas eleições do ano passado, o cearense se candidatou a uma vaga de
deputado federal, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), mas não foi
eleito. Em perfil pessoal em uma rede social, ele afirmava ser "fundador da Marcha da Família Cristã pela
Liberdade".
TENTATIVA DE ATENTADO EM BRASÍLIA - Mesmo em prisão domiciliar e monitorado pela tornozeleira, o jornalista
frequentava o acampamento de apoiadores do ex-presidente em frente ao
Quartel-General do Exército, em Brasília. Segundo informações da Polícia Civil
ao Fantástico, o blogueiro foi registrado como um dos extremistas que tentaram
invadir a sede da Polícia Federal e incendiaram veículos na Capital, em 12 de
dezembro do ano passado.
Apenas 12 dias após o episódio violento, Macedo teria participado da
tentativa de explodir um caminhão de transporte de combustíveis, parado no
estacionamento do Aeroporto Internacional de Brasília. Na ocasião, conforme as
investigações, ele teria usado o próprio carro para transportar Alan Diego dos
Santos, que carregava o artefato explosivo. Ao encontrarem o veículo de grande porte carregado com o líquido
inflamável, o cearense reduziu a velocidade do automóvel e o mato-grossense
teria colocado o objeto sobre ele.
Duas horas depois, o
motorista do caminhão encontrou a bomba e acionou as autoridades, que retiraram
o dispositivo com segurança. No relatório, concluído pela perícia na semana
passada, e divulgado no Fantástico, os investigadores constataram que o
artefato foi acionado, mas não explodiu devido a um erro técnico na montagem.
Imagens de câmeras próximas ao local e a do próprio caminhão, além dos dados da
tornozeleira de Macedo, auxiliaram as investigações da Polícia. Após o episódio, o jornalista rompeu o
equipamento de monitoramento e está foragido.
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