O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República, que
cita possíveis crimes de terrorismo, golpe de Estado e associação criminosa,
entre outros
O deputado federal
eleito pelo Ceará André Fernandes (PL) tornou-se alvo de inquérito aberto pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos terroristas registrados em
Brasília no último dia 8 de janeiro. O ministro Alexandre de Moraes determinou
nesta segunda-feira (23) a abertura de mais seis inquéritos para investigar a
conduta de golpistas.
As decisões atendem a pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ao
todo, já há sete inquéritos abertos no STF para apurar os atos golpistas – seis
tramitam em sigilo. Entre os inquéritos abertos, três vão investigar as
condutas de deputados eleitos em relação aos atos golpistas em Brasília — o grupo inclui André Fernandes.
Postagem feita por André Fernandes na sexta-feira (6) -
Deputado federal chama para o ato na Praça dos Três Poderes
A PGR relatou, no
pedido de investigação, que André Fernandes divulgou vídeo no Twitter chamando
ato contra Lula no dia 8 de janeiro. Após a depredação do dia 8, o cearense
publicou imagem com porta de um armário com o nome do ministro Alexandre de
Moraes.
A PGR viu incitação ao crime, além de uma provocação da prática de abolição
violenta do Estado Democrático de Direito. O
ministro Alexandre de Moraes concordou com a PGR no sentido de abertura da
investigação.
Para o magistrado, a
conduta de André Fernandes se enquadra, em tese, nos crimes de terrorismo,
associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe
de estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.
"Na data de 8 de janeiro de 2023, uma turba violenta e antidemocrática,
insatisfeita com o resultado do pleito eleitoral de 2022, almejando a abolição
do Estado Democrático de Direito e a deposição do governo legitimamente
constituído, avançou contra a sede dos três Poderes da República, exigindo
célere e enérgica resposta estatal", descreve a PGR no início do pedido de
inquérito.
"A escalada da violência ganhou contornos incompatíveis com o Estado de
Direito, resultado na invasão e enorme depredação dos prédios do Palácio do
Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal", prossegue.
No último dia 13, o ministro Alexandre de Moraes já tinha determinado a
abertura de um inquérito sobre o caso – este, voltado especificamente para as
condutas de autoridades como o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha
(hoje afastado do cargo) e o então secretário de Segurança do DF, Anderson
Torres (demitido e preso).
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