Os três autuados tiveram a liberdade provisória concedida em
audiência de custódia realizada nesta segunda-feira, mediante pagamento de
fiança também no valor de R$ 20 mil cada
Dois dos homens presos
por suspeita de tentarem fraudar o concurso da Polícia Militar, no último
domingo, 22, disseram que pagariam R$ 20 mil caso fossem aprovados. Antônio Lucas Pessoa da Silva e Felipe de
Oliveira Peixoto foram presos em Iguatu (Região Centro-Sul do Estado) ao lado
de Jadson Jesser Xavier da Silva, que disse não ter pagado qualquer quantia
para participar do esquema.
Conforme o Auto
de Prisão em Flagrante (APF) do trio, a fraude foi descoberta após uma fiscal
do concurso informar a policiais militares que atuavam na fiscalização do
concurso que um celular havia sido encontrado em um banheiro. O aparelho estava
desbloqueado e, por isso, os PMs puderam ver no celular a foto do crachá de uma
escola de Pernambuco.
Uma pesquisa foi feita para saber quantos candidatos tinham vindo de
Pernambuco. Apesar de vários candidatos vindos daquele estado, apenas um
foi fazer a prova naquele colégio em que a prova estava sendo aplicada.
Assim, os PMs chegaram até Jadson Jesser. Em uma revista foi averiguado que o
candidato estava sujo de cola por baixo da camisa. Naquele momento, o suspeito
afirmou ter visto o celular no banheiro, mas que o aparelho não era dele.
Também contou que foi de van para Iguatu e que foi ameaçado por uma pessoa, que
ele não disse o nome, para deixar o celular no banheiro. Ele, porém, admitiu
que estava utilizando ponto eletrônico.
Os PMs também fizeram uma revista no veículo em que o candidato foi fazer a
prova, onde encontraram uma camisa com mais cola, aparelho celular, um
equipamento parecido com um roteador Wi-fi de pequeno porte e baterias
para transmissor, dentre outros equipamentos. No veículo, ainda foram
encontradas chaves de dois quartos de um hotel.
Os PMs foram até esse hotel, onde fizeram uma campana à espera dos hóspedes
daqueles quartos. Por volta das 17h50min, chegaram ao quarto Felipe e Antônio
Lucas. Aos PMs, eles confessaram que estavam utilizando ponto eletrônico e, por
isso, foram conduzidos à delegacia.
Em depoimento à Polícia Civil, Jadson Jesser disse que uma pessoa entrou em
contato com ele oferecendo-lhe as respostas da prova. Ele disse não ter
aceitado, mas que foi ameaçado para fazer a prova. Ele ainda disse não ter
recebido as respostas, mas que recebeu instruções antes de entrar na sala.
Já Antônio Lucas disse à Polícia Civil que desistiu de fazer a prova já quando
estava dentro do colégio. Entretanto, conforme o APF, ele não soube explicar
porque retornou ao hotel somente às 17h40min se não realizou aprova. Ele disse
apenas que “ficou com medo” e, por isso, não fez a prova.
Ainda conforme o seu
depoimento, Antônio Lucas disse que a pessoa que entrou em contato com ele
assim o fez há 15 dias. Esta pessoa disse que ele pagaria a quantia de R$ 20
mil apenas quando conseguisse a aprovação.
O depoimento de Felipe é semelhante. Além de dizer que também pagaria R$ 20 mil
caso fosse aprovado, Felipe disse que a ele foi dada uma máscara N95, onde,
dentro, haveria um microfone com o qual ele poderia se comunicar. Felipe disse
ter chegado a realizar a prova.
Os autuados tiveram a liberdade provisória concedida em audiência de custódia
realizada nesta segunda-feira, 23, mediante pagamento de fiança de R$ 20 mil.
Além do trio preso em Iguatu, João Vitor Silva Ferreira foi autuado em
Fortaleza, também sob suspeita de tentativa de fraude.
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