Thiago Celso Andrade Reges foi preso após reitoria da Universidade Estadual do Ceará (Uece) descobrir que ele falsificou diploma de universidade boliviana
O falso médico Thiago Celso Andrade Reges, 36 anos, preso em Fortaleza por exercer de forma ilegal medicina,
levava uma vida de luxo exibida em redes sociais. Ele gostava de expor viagens,
carrões e jatinhos particulares nos perfis, além de exibir armas.
Documentos mostram que o falso médico trabalhou em pelo menos quatro hospitais
do Ceará. Em apenas um deles, na cidade de Itapajé, ele tinha remuneração
mensal de R$ 42 mil.
Com certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), ele
adquiriu armas de fogo, capturadas em operações policiais. Conforme a denúncia
contra Thiago Celso, ele também usou parte do dinheiro obtido com o exercício
ilegal da medicina para investir a cavalos de alto valor.

'Inapto' para função de diretor - Uma servidora de Itapajé, que prefere não se identificar, informou que
Thiago era conhecido na cidade e buscava fazer plantões para aumentar a
remuneração. Quando houve vacância no cargo de diretor de uma unidade de saúde
do município, ele se candidatou à vaga, mas foi reprovado por "ser
considerado inapto para a função".
A captura de Thiago ocorreu em 17 de março, em um prédio da área nobre da
capital cearense. Além do exercício ilegal da medicina, ele é investigado por
estelionato e falsidade ideológica e de documentos, pois tentou validar um
falso diploma.
O caso corre em segredo de Justiça. Além disso, o homem responde por tráfico
internacional de mulheres, no Acre.
Ordem judicial e prisão - Em 2020, por meio de
uma decisão judicial, o falso médico conseguiu que a reitoria da Universidade
Estadual do Ceará (Uece) aprovasse a revalidação nacional do diploma de médico
supostamente obtido da Universidad Privada Abierta Latinoamericana, na Bolívia.
Na ocasião, ele chegou a ser registrado no Conselho Regional de Medicina do
Ceará (Cremec). Posteriormente, foi descoberto que o diploma era falso e que o
homem não havia concluído o curso.
Durante as investigações, conduzidas pelo 5º Distrito Policial do Ceará,
foi verificado que o Cremec já havia recolhido a carteira do órgão, que havia
sido obtida de forma fraudulenta e instaurado procedimento administrativo
contra o suspeito.
Na cidade de Mulungu,
Thiago também foi médico plantonista temporário em um hospital municipal, em abril
e maio de 2021. Na ocasião, ele recebeu salário de R$ 2 mil e R$ 5.200.
Em Pentecoste, Thiago foi médico plantonista do hospital da cidade por 11
meses, de janeiro a novembro de 2022. À época, o homem recebeu salários mensais
de R$ 8.184 a R$ 11.360.
O período e o salário que o falso médico recebeu quando trabalhou no hospital
de Baturité não foi disponibilizado pelo órgão.
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