O sargento Raimundo Belarmino Rodrigues Neto e o ex-PM
Wandson Luiz da Silva são acusados pelo MPCE de matar Bruno Rafael da Silva em
2018
Um policial militar e
um ex-policial militar foram denunciados pelo Ministério Público Estadual
(MPCE) pelo assassinato de Bruno Rafael da Silva, crime ocorrido em 10 de
dezembro de 2018 no bairro Jardim América, em Fortaleza. A denúncia contra o
sargento Raimundo Belarmino Rodrigues Neto e o ex-PM Wandson Luiz da Silva foi
ofertada nessa segunda-feira, 27.
A investigação da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) apontou que Wandson, que
trafegava em uma moto ao lado de uma pessoa não identificada, efetuou disparos
contra o veículo onde estava a vítima, vindo a atingir ainda uma outra pessoa,
que sobreviveu. Já Raimundo Belarmino estaria em um carro que dava apoio à
ação. Bruno foi atingido por oito disparos, enquanto a vítima sobrevivente, por
seis.
A denúncia do MPCE afirma que três linhas investigativas surgiram no inquérito,
sem que nenhuma delas tenha sido, de fato, comprovada. Em uma delas, a linha
era de vingança por Bruno ter se envolvido com uma mulher casada. Outra dizia
respeito a supostas dívidas que ele teria com agiotas. Já a terceira refere-se
a uma vingança por um roubo que Bruno teria participado e que resultou na lesão
à bala de um policial.
A denúncia também cita que existem indícios de que Wandson integra um grupo de
extermínio que contou com a participação de outros policiais e/ou ex-policiais.
Após ser expulso da PM em 2018 por ter sido preso em flagrante por crimes como
porte ilegal de arma de fogo, receptação, estelionato e desacato, Wanson foi
preso mais duas vezes acusado de extorsão.
O ex-PM ainda é réu por um homicídio ocorrido em 2018, que vitimou Alisson
Rodrigo da Silva Rodrigues. Conforme a Polícia Civil, o crime foi uma
retaliação ao assassinato de três PMs um dia antes no bairro Vila Manoel
Sátiro. O nome de Alisson Rodrigo passou a ser compartilhado em redes sociais
como um dos possíveis autores do crime e ele havia ido ao Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) rebater a informação.
Sem conseguir prestar depoimento, Alisson foi até a praça localizada em frente
à Igreja de Fátima para almoçar, momento em que foi executado. A investigação
do triplo homicídio não apontou o envolvimento de Alisson no crime. Wandson
aguarda preso o julgamento desse caso.
Já contra Belarmino pesa um relatório da Célula de Contrainteligência da
Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Defesa
Social do Ceará (SSPDS) em que é descrita a rota de um carro usado por ele. O
veículo teria acompanhado o táxi onde estavam as vítimas por mais de um
quilômetro. Além disso, o veículo ainda foi visto "em uma espécie de
'comboio'" com a moto que teria sido usada por Wandson — que também já
constava como tendo sido usada na morte de Alisson.
A denúncia agora aguarda recebimento por parte da 3ª Vara do Júri.
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