sábado, 1 de abril de 2023

Grupo de extermínio - PM e ex-PM são denunciados por homicídio no Ceará

O sargento Raimundo Belarmino Rodrigues Neto e o ex-PM Wandson Luiz da Silva são acusados pelo MPCE de matar Bruno Rafael da Silva em 2018

Câmeras de vigilância mostraram um carro acompanhando a moto em que os executores de Bruno Rafael da Silva estavam

Um policial militar e um ex-policial militar foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPCE) pelo assassinato de Bruno Rafael da Silva, crime ocorrido em 10 de dezembro de 2018 no bairro Jardim América, em Fortaleza. A denúncia contra o sargento Raimundo Belarmino Rodrigues Neto e o ex-PM Wandson Luiz da Silva foi ofertada nessa segunda-feira, 27.
A investigação da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) apontou que Wandson, que trafegava em uma moto ao lado de uma pessoa não identificada, efetuou disparos contra o veículo onde estava a vítima, vindo a atingir ainda uma outra pessoa, que sobreviveu. Já Raimundo Belarmino estaria em um carro que dava apoio à ação. Bruno foi atingido por oito disparos, enquanto a vítima sobrevivente, por seis.
A denúncia do MPCE afirma que três linhas investigativas surgiram no inquérito, sem que nenhuma delas tenha sido, de fato, comprovada. Em uma delas, a linha era de vingança por Bruno ter se envolvido com uma mulher casada. Outra dizia respeito a supostas dívidas que ele teria com agiotas. Já a terceira refere-se a uma vingança por um roubo que Bruno teria participado e que resultou na lesão à bala de um policial.
A denúncia também cita que existem indícios de que Wandson integra um grupo de extermínio que contou com a participação de outros policiais e/ou ex-policiais. Após ser expulso da PM em 2018 por ter sido preso em flagrante por crimes como porte ilegal de arma de fogo, receptação, estelionato e desacato, Wanson foi preso mais duas vezes acusado de extorsão.
O ex-PM ainda é réu por um homicídio ocorrido em 2018, que vitimou Alisson Rodrigo da Silva Rodrigues. Conforme a Polícia Civil, o crime foi uma retaliação ao assassinato de três PMs um dia antes no bairro Vila Manoel Sátiro. O nome de Alisson Rodrigo passou a ser compartilhado em redes sociais como um dos possíveis autores do crime e ele havia ido ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) rebater a informação.
Sem conseguir prestar depoimento, Alisson foi até a praça localizada em frente à Igreja de Fátima para almoçar, momento em que foi executado. A investigação do triplo homicídio não apontou o envolvimento de Alisson no crime. Wandson aguarda preso o julgamento desse caso.
Já contra Belarmino pesa um relatório da Célula de Contrainteligência da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) em que é descrita a rota de um carro usado por ele. O veículo teria acompanhado o táxi onde estavam as vítimas por mais de um quilômetro. Além disso, o veículo ainda foi visto "em uma espécie de 'comboio'" com a moto que teria sido usada por Wandson — que também já constava como tendo sido usada na morte de Alisson.
A denúncia agora aguarda recebimento por parte da 3ª Vara do Júri. 

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