O crime aconteceu em dezembro de 2019
O júri foi formado quase três anos depois do crime e decidiu
inocentar o militar
Gabriel foi assassinado a tiros
A família do jovem Gabriel Oliveira França, morto em um "encontro de paredões de som", no Município de
Russas, em 2019, espera uma reviravolta no processo judicial que apura o caso.
Nesta terça-feira (2), desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE)
devem se reunir e, a depender da maioria, mudar o desfecho da ação penal.
Em dezembro do ano passado, o Tribunal do Júri absolveu o ex-policial militar Fabrício Sousa dos Santos, único réu
pronunciado pelo crime. Após a absolvição, o Ministério Público do Ceará (MPCE)
recorreu da sentença, apelando para que a decisão fosse desfeita e houvesse um
novo julgamento.
Francisco Ariston França, pai da vítima, diz ainda acreditar que "a
Justiça será feita". "Busco Justiça pelo meu filho. Ainda peço que o
Tribunal traga esse caso para Fortaleza, por questões de segurança mesmo. Agora
nos resta esperar pela anulação do julgamento de um crime terrível como
este".
O DIA DO JÚRI - No dia 1º de dezembro
de 2022, o Conselho de Sentença formado na Vara Única Criminal de Russas
reconheceu a materialidade do crime, mas negou a autoria do réu, e o absolveu
sumariamente.
Inconformada com a decisão, a acusação apelou e entrou com provimento de
recurso, "desfazendo-se a decisão tomada pelo Conselho de Sentença, por
ser contrária à prova dos autos, com a consequente submissão de Fabrício Sousa
dos Santos a novo julgamento".
O MP destaca que, conforme laudo cadavérico, a vítima foi atingida “pelas
costas”, certamente impossibilitando qualquer reação de defesa. "O
acusado, por sua vez, apresentou versões conflitantes sobre o 'fato delituoso,
inclusive dificultando a elucidação dos fatos".
O CRIME - No dia 22 de dezembro de 2019,
Gabriel assistia a um 'encontro de paredões', quando teria se envolvido em uma
discussão em um kartódromo. Na saída do evento, ele foi abordado por dois
militares e atingido pelo disparo efetuado pelo cabo, conforme denúncia do Ministério
Público.
O segundo PM não chegou a ser indiciado. Ainda de acordo com a acusação, o
crime aconteceu por motivo fútil, impossibilitando qualquer esboço de defesa
por parte da vítima.
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