A investigação parte de áudios enviados no WhatsApp, no qual o sargento estaria incitando PMs a aderirem ao movimento paredista
Em 2020, o motim durou quase duas semanas
Um policial militar já
condenado na esfera criminal por participar do motim no Ceará, em 2020, agora é
investigado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança
Pública e Sistema Penitenciário (CGD). De acordo com publicação em Diário Oficial
do Estado (DOE), a CGD instaurou conselho de disciplina contra o 2º sargento Emerson Carlos Vieira de
Araújo.
A investigação parte de áudios enviados no WhatsApp, no qual o sargento,
atual presidente da Associação de Praças do Cariri (Asprac), estaria incitando
PMs a aderirem ao movimento paredista e se amotinarem no quartel.
A Controladoria explica que o conselho de disciplina tem como finalidade
apurar as condutas transgressivas atribuídas ao militar, "bem como a incapacidade deste para
permanecer nos quadros da Corporação".
Em sua defesa, o sargento Emerson admitiu, no processo, ter feito a
postagem de convocação, mas alegou “que tinha a intenção de convocar os
policiais que não aderissem ao movimento, para que guardassem as viaturas no
BPMA”.
CONDENAÇÃO CRIMINAL - Já neste ano, o
sargento foi condenado a quatro anos de prisão, em regime inicial semiaberto,
por aliciar colegas de farda a aderir ao motim. A decisão, do Conselho Especial
da Vara de Auditoria Militar, formado por quatro coronéis da PM e um juiz de
Direito, inocentou outros nove militares entre oficiais e praças que estavam
sendo acusados dos mesmos crimes.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o sargento “aliciou os
policiais militares da cidade de Juazeiro do Norte, no período de fevereiro de
2020, para que assumissem o serviço para o qual estavam escalados, e então fossem
se amotinar na companhia de BPMA (Batalhão de Policiamento Militar Ambiental
(BPMA), daquela urbe, fortificando o movimento de militares criminosos
amotinados naquela ocasião”.
Para o MPCE, o crime de Emerson Vieira não foi somente de convocar e aliciar
os colegas, mas ele também teria tomado atitudes para “acomodar a leva de
policiais militares criminosos que desejariam se amotinar naquela unidade”. O
MP diz ainda que ele teve ajuda de outros PMs para concluir o plano.
O Ministério Público aponta que a atitude do sargento foi mais um fato que
resultou no “movimento paredista que a sociedade do Ceará foi vítima nos meses
de fevereiro e março de 2020".
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