Áudios de moradores ligando para o Ciops para falar sobre a
matança também foram divulgados pela acusação
VIATURA DA POLÍCIA MILITAR PASSANDO EM RUA DO CURIÓ
Vídeos divulgados nesta
terça-feira (5) pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) flagram as
viaturas dos oito policiais militares (PMs), réus no segundo julgamento da
Chacina do Curió circulando na região dos assassinatos na madrugada do dia 12 de
novembro de 2015. As imagens de câmeras de segurança contradizem a versão da
defesa de pelo menos dois dos agentes em julgamento.
Conforme o advogado dos PMs da viatura
RD 1069, na qual se encontravam os PMs José Haroldo Uchoa Gomes, (sargento
comandante da viatura) e o motorista Gaudioso Menezes de Mattos Brito Goes,
o veículo não estava próximo a Grande Messejana na hora dos crimes. "Uma
viatura que estava a 4,5 km do local do fato, é justo culpar. Não tinham
condições físicas de intervir e não foram acionados”, defendeu o advogado.
Entretanto, a viatura 1069 é justamente uma das flagradas nos vídeos de
circuito de segurança divulgados pelo MPCE, que faz a acusação no Júri do
Curió.
MORADORES APONTAM MATANÇA - Áudios de moradores
em ligação com a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops)
também foram divulgados e reforçam a acusação. Um morador afirma ao operador
que uma viatura estava "indo e voltando" na rua Elza Leite Albuquerque,
na Messejana.
Em outra ligação, uma mulher chorando afirma que está "tendo um tiroteio
grande", o que ela julga ser de autoria da Polícia. Ela chegou a citar que
se tratava de um "grupo de extermínio". "Já mataram quatro
pessoas aqui, tirando de dentro de casa", diz a moradora.
VÍDEOS FLAGRAM VIATURAS E ÁUDIOS DENUNCIAM MORTES - CONFIRA
DEBATES ENTRE ACUSAÇÃO E DEFESA - Na tarde desta terça, a fase de debates entre acusação e defesa do
segundo julgamento da chacina foi concluída. A acusação sustenta que os PMs
foram omissos no dia da chacina e pede a condenação dos réus, além de
cumprimento imediato de pena.
"Não haveria Chacina do Curió se não fosse a omissão dos policiais
militares de serviços", afirmou a promotora. Segundo ela, a acusação teve
"muito cuidado em checar" a localização das viaturas no momento das
ocorrências e dos chamados abertos na Coordenadoria Integrada de Operações de
Segurança (Ciops). "Todos eles sabem o que é a Rua Elza Leite porque, no
final dessa rua, tem o portão da Cavalaria da Polícia Militar", argumentou
a promotora Alice Aragão.
Já a defesa, pede que
os oito policiais sejam absolvidos por negativa de autoria e insuficiência de
provas. Eles sustentam que os agentes que estavam nas viaturas não atuaram nos
crimes que tiraram as vidas de 11 pessoas naquela madrugada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário