domingo, 17 de setembro de 2023

Mais dois policiais são condenados e seis são absolvidos da acusação de envolvimento na Chacina do Curió

No primeiro julgamento, quatro envolvidos foram condenados a mais de mil anos de prisão somados - No segundo, os oito réus foram absolvidos - Um dos acusados no terceiro julgamento terá caso desmembrado

Tribunal do júri da Chacina do Curió concluiu sua terceira fase neste sábado

Mais dois policiais militares foram condenados da acusação de envolvimento nas mortes de 11 pessoas em 2015 na periferia de Fortaleza, no crime que ficou conhecido como Chacina do Curió. Dos oito policiais incluídos no terceiro julgamento do caso, cinco foram totalmente absolvidos e um terá caso desmembrado.
Juntos, os dois policiais condenados somam pena de 223 anos de prisão. Eles foram considerados culpados pelos crimes de homicídio qualificado, homicídio simples, tentativa de homicídio qualificado, tentativa de homicídio simples, tortura física e mental.

Confira as penas dos policiais condenados

José Oliveira do Nascimento: 210 anos e 9 meses de prisão. Condenação pelos crimes de homicídio qualificado (9 vezes), homicídio simples (2 vezes), tentativa de homicídio qualificado (2 vezes), tentativa de homicídio simples (1 vez), três torturas físicas e uma tortura mental. Ficou negado o direito de recorrer em liberdade, com a expedição de mandando de prisão, além da perda do cargo de policial militar.

José Wagner Silva de Souza: 13 anos e 5 meses de prisão. A pena corresponde aos crimes de duas torturas físicas e uma mental. Perda de cargo de policial militar e direito de apelar em liberdade.

Cinco policiais foram absolvidos em relação a todos os crimes. São eles: Antônio Flauber de Melo Brazil, Clênio Silva da Costa, Francisco Helder de Sousa Filho, Maria Bárbara Moreira e Igor Bethoven Sousa de Oliveira.

Um dos acusados, o policial Antônio Carlos Matos Marçal, teve o processo desmembrado, e o caso deve ser remetido para a Vara da Auditoria Militar. Isso porque o Conselho de Sentença decidiu pela desclassificação do crime de uma tentativa de homicídio de uma das vítimas para crime militar.

Em relação às demais acusações, Antônio Carlos foi absolvido. Durante a sessão, Ministério Público e advogados de defesa informaram que irão apelar da decisão.

A Chacina do Curió ocorreu entre os dias 11 e 12 de novembro de 2015 na região da Grande Messejana, na periferia da capital cearense. Ao todo, foram registrados 11 homicídios consumados — a maioria, jovens — e três tentativas de homicídio, além de crimes conexos, como tortura.
De acordo com o Ministério Público do Ceará, os assassinatos foram uma vingança motivada pela morte do policial Valtemberg Chaves Serpa, assassinado horas antes ao proteger a mulher em uma tentativa de assalto, no Bairro Lagoa Redonda.
Dos 11 assassinados na chacina, quatro eram adolescentes com menos 18 anos; outros três tinham entre 18 e 19 anos de idade. Dos outros mortos, apenas dois tinham passagem pela polícia: um por acidente de trânsito e a outro por falta de pagamento de pensão alimentícia.

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