quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Comerciante com registro de CAC é preso por suspeita de vender armas de fogo para facção no Ceará

Comparsa também foi detido - Dupla possuía um verdadeiro arsenal, com pelo menos 19 armas de fogo, avaliadas em mais de R$ 220 mil

Mychell Egídio Torquato Oliveira e Francisco Paulo Henrique do Nascimento Lima foram presos por suspeita de comercializar armas de fogo

Um comerciante, que possui registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), e um comparsa foram presos em uma operação do Ministério Público do Ceará (MPCE) e da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), na última terça-feira (19), por suspeita de comercializarem armas de fogo para uma organização criminosa.
Os suspeitos possuíam um verdadeiro arsenal. As investigações policiais identificaram que o comerciante Mychell Egídio Torquato Oliveira e o comparsa dele, Francisco Paulo Henrique do Nascimento Lima, detinham o poder de pelo menos 19 armas de fogo, avaliadas em mais de R$ 220 mil. Entre elas, sete fuzis, além de espingarda, pistolas e revólveres.
A dupla foi presa temporariamente - Mychell Egídio em Caucaia e Paulo Henrique, em Fortaleza - pelo crime de comercialização ilegal de arma de fogo, mas será investigada por outros crimes. Com eles, foram apreendidos dois carros e uma motocicleta. Entretanto, nenhuma arma foi encontrada com os suspeitos.
A Justiça Estadual também determinou a quebra de sigilo telefônico, telemático, de informática e bancário dos suspeitos, além do sequestro de um veículo Toyota Hilux, outro Toyota Corolla e uma motocicleta Kawasaki Z900, de 900 cilindradas.

SUSPEITO REGISTROU BO POR FURTO - As investigações do MPCE e da PC-CE se iniciaram após um Boletim de Ocorrência (BO) registrado por Mychell Egídio Torquato em uma delegacia da Polícia Civil, em novembro de 2022, no qual ele denunciou ter sido vítima de um furto mediante arrombamento da sua casa, em que teriam sido subtraídas 16 armas de fogo, entre fuzis, carabinas, pistolas e revólveres.
Ao checar as informações prestadas pela suposta vítima, os investigadores perceberam que, no dia anterior ao BO, Mychell tinha recebido uma notificação do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 10ª Região Militar (SFPC/10), do Exército Brasileiro, para realizar uma vistoria no seu acervo de armas.
Outro fato que levantou a suspeita do MP e da Polícia Civil foi o registro do Boletim de Ocorrência ser feito apenas quatro meses depois do suposto furto. O esquema criminoso comprava armas de fogo por um valor alto, à vista, simulava o furto dessas armas, raspava a numeração delas e realizava a venda por um valor ainda mais alto, segundo as investigações.
Os levantamentos policiais ainda apontam que o valor pago pelas armas de fogo, por Mychell Egídio, não condizem com o valor que ele fatura no mercadinho que é proprietário nem com o seu padrão de vida em Caucaia.

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