A defesa da ré alega que ela deixou "o equipamento descarregar por algumas vezes, no entanto, o pedido de prisão preventiva não se justifica".
Segundo o MP, a advogada mostrou se utilizar "do seu
acesso aos presos do sistema prisional cearense, fazendo a função de Porta Voz
e “Pombo Correio” dos criminosos
Acusada de exercer
função de 'pombo-correio' e 'porta-voz'
da facção criminosa Comando Vermelho (CV), a advogada Sílvia Helena Tavares da Cruz rompeu o monitoramento eletrônico,
pelo menos, 37 vezes, em menos de um ano desde que passou a ser monitorada com
a tornozeleira. Sílvia é uma das denunciadas em um processo que também tem como
alvo outras advogadas que teriam se aliado com o grupo carioca.
Após a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) notificar os reiterados
descumprimentos da medida adversa à prisão, o Ministério Público do Ceará
(MPCE) pediu a revogação do benefício com a consequente decretação da prisão
preventiva. No entanto, a Justiça
decidiu que Sílvia permanecesse solta.
A defesa da ré alega que ela deixou "o equipamento descarregar por algumas
vezes, no entanto o pedido de prisão preventiva não se justifica". Consta
no relatório das violações que em determinadas vezes a tornozeleira ficou três
dias com o alarme de perda de sinal, "sendo discrepante com as justificativas
apresentadas pela defesa".
CONVERSAS TELEFÔNICAS INTERCEPTADAS - De acordo com relatório da Polícia Civil do Ceará (PCCE), o nome de Sílvia Helena foi atrelado ao Comando
Vermelho a partir de conversas eletrônicas interceptadas, nas quais a advogada
mostrou se utilizar "do seu acesso aos presos do sistema prisional
cearense, fazendo a função de Porta Voz e “Pombo Correio” dos criminosos
enquanto deveria realizar exclusivamente a defesa técnica para a garantia de
seus direitos".
OUTRAS DENUNCIADAS - Também são partes do
processo enquanto acusadas de integrar o CV as advogadas Wanessa Kelly Pinheiro Lopes e Aline Cunha Martins. Antes de ser
presa na Operação 'Sarmat', Wanessa
Kelly passou meses sob investigação da Polícia Civil. A apuração concluiu que
ela valeu da advocacia para integrar a facção e se aliar a um traficante da fronteira
entre Brasil e Bolívia.
A Polícia chegou ao nome da advogada a partir de uma investigação iniciada
ainda em 2021. Quando uma série de homicídios aconteceu na região dos bairros
Bonsucesso e João XIII, a mando de uma facção carioca. Investigadores prenderam
os suspeitos pelos crimes e analisaram dados dos celulares apreendidos, após
autorização judicial.
Wanessa Kelly foi para prisão domiciliar em novembro de 2024 - A Justiça determinou a quebra do sigilo telefônico, telemático, bancário e fiscal de todos os investigados "bem como determinou o fornecimento de dados relacionados a aplicativos utilizados pelos alvos, incluindo origem, destino, endereços IP, IMEIs, números de telefone, e-mails vinculados às contas, além de informações bancárias e fiscais associadas".
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