Antônio José da Costa foi encontrado morto aos 23 anos, após
ser abordado por uma composição da Polícia Militar
Dois policiais
militares, acusados de matar um jovem em uma ação policial, no Município de
Granja, na Região Norte do Ceará, em 2020, tiveram as demissões mantidas pela
Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema
Penitenciário do Ceará (CGD). Um terceiro PM, acusado de omissão no caso, teve
a punição de permanência disciplinar de 10 dias mantida.
As decisões do Conselho de Disciplina e Correição da CGD de rejeitar os
recursos administrativos das defesas e manter
a demissão do cabo Adalberto Nascimento Dias e do soldado Marclésio Ferreira da
Silva e a outra punição
administrativa ao cabo Edmundo Ferreira da Costa Neto foram publicadas no
Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (19).
As demissões do cabo Adalberto Nascimento Dias e do soldado Marclésio Ferreira
da Silva foram publicadas pela CGD no Diário Oficial do Estado do dia 26 de
agosto de 2024. Segundo a decisão, os acusados tiveram "condutas
incompatíveis com os princípios morais da moral militar estadual" e tinham
incompatibilidade com a função de policial militar. A dupla responde também a
um processo criminal, que está sob sigilo de justiça.
O cabo Edmundo Ferreira da Costa Neto foi punido com permanência disciplinar de
10 dias "devido à omissão que contribuiu para o fato". Já um quarto
PM investigado foi "absolvido por insuficiência de provas, com a
possibilidade de instauração de novo procedimento administrativo
disciplinar".
Jovem morreu após abordagem policial - Antônio José da Costa, de 23 anos, foi encontrado morto no dia 29 de
janeiro de 2020. Nesse mesmo dia, ele havia sido abordado por uma equipe do
Comando de Policiamento de Ronda e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) no
Município de Granja.
Os militares foram averiguar uma denúncia de tráfico de drogas praticada
por um homem conhecido como 'Tonhão
Chinês'. A família da vítima disse que Antônio José era conhecido por 'Tonhão', mas o codinome 'Chinês' se referia a um suposto
traficante. Ao abordar Antônio, os PMs teriam apreendido 20 sacos plásticos de
dindin, um tomate e 0,01 grama de maconha.
Na época do crime, os policiais relataram em Boletim de Ocorrência que foi
dada voz de prisão ao jovem e, em seguida, entraram na sua casa a fim de
realizar buscas e averiguar documentos.
Os militares afirmaram que Antônio José foi algemado em uma sala da casa e,
enquanto faziam buscas no local, O jovem teria sido encontrado afogado, dentro
de um cacimbão, "batendo os pés". Os agentes alegaram ainda que o
retiraram do local e tentaram ressuscitá-lo. Antônio teria sido levado a uma
Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi constatada a morte.
A pericia concluiu que Antônio José morreu por asfixia mecânica, em razão
de "obstrução das vias respiratórias por aspiração em meio líquido-pastoso
contendo restos de alimentos (vômitos)". No laudo pericial, ainda foram
constatadas escoriações nos punhos, nos cotovelos e no ombro esquerdo, além de
equimose (mancha de sangue) na face.
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