Na versão dos policiais, eles falam que a composição foi surpreendida por um disparo, não sabendo de onde veio o tiro.
O caso aconteceu na zona rural de Assaré, Interior do Ceará
A Justiça do Ceará
aceitou a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) acusando dois
policiais militares pelo homicídio de um motociclista. Conforme a denúncia, a
vítima Mikael Arrais Vieira foi
atingida quando fazia um passeio de moto com outros motoqueiros, na zona rural
de Assaré, interior do Estado.
O tenente Ivan José dos Santos e o cabo
José Ronilson da Silva teriam, segundo o MP, confundido o barulho da moto
com disparos de arma de fogo. Testemunhas contam que a vítima chegou a ficar 45
minutos caída no chão, até ser socorrida a uma unidade hospitalar.
No último dia 23 de janeiro, o juiz da Vara Única da Comarca de Assaré acolheu
a denúncia. Já na quinta-feira (30), a Controladoria Geral de Disciplina (CGD)
publicou no Diário Oficial do Estado (DOE) que instaurou sindicância
disciplinar para apurar a responsabilidade administrativa dos agentes.
INTERVENÇÃO POLICIAL - Conforme a acusação, o
fato aconteceu no dia 19 de novembro de 2023. Ivan estava no comando da
viatura, na CE-388, quando "se deparou com uma aglomeração de motoqueiros,
cujo número era entre quinze e vinte indivíduos, empinando os veículos e 'fazendo racha'".
"Ao ser acionado o giroflex da viatura com o objetivo de fazer com que
pelo menos alguns pilotos parassem, todos eles se dispersaram. Dessa forma,
iniciou-se uma perseguição na tentativa de abordar os infratores. A viatura de
Ivan passou por alguns motociclistas e, logo em frente, o automóvel parou em
uma bifurcação com o intuito de fazer uma barreira"
Segundo testemunhas - Os policiais disseram
que a composição foi surpreendida por um disparo, não sabendo de onde veio o
tiro, "entretanto, de imediato, os agentes desceram da viatura e tentaram
se abrigar, e, como forma de defesa, Ivan
efetuou um disparo com sua arma de fogo, enquanto José Ronilson efetuou dois
disparos".
No entanto, os motoqueiros disseram que o que aconteceu foi um 'tiro na
chave' efetuado por Mikael e que resultou em "barulho semelhante a um
disparo de arma de fogo, que ocorre quando a motocicleta está acelerada e o
condutor desliga e liga o veículo na chave. Nesse sentido, mesmo quando estavam
na estrada, Mikael continuava efetuando 'tiros na chave'".
"Os motoqueiros que estavam com Mikael na data do fato, bem como o
genitor da vítima, afirmaram que não viram Mikael portando arma de fogo e que
este nunca sequer possuiu uma arma. Ademais, nenhuma das testemunhas civis
avistaram o artefato no local do crime, convergindo os depoimentos no sentido
de que houve demora na prestação de socorro à vítima, já que se passaram, no
mínimo, 45 minutos para que ela fosse levada ao hospital pelos policiais"
PERÍCIA - Os PMs chegaram a apresentar uma arma
de fogo, que teria sido encontrada em posse da vítima e posteriormente foram
recolhidas as armas dos agentes. Houve tentativa por parte da perícia de
concluir o laudo residuográfico para detectar resíduos de disparo de arma de
fogo, "porém não foi possível a realização da pesquisa, pois ambos stubs
apresentados ainda estavam com película protetora de fita adesiva de
carbono".
Assim como "o exame pericial referente à identificação das digitais da
vítima na arma de fogo encontrada nas proximidades de seu corpo não foi
realizado, visto que a arma foi encaminhada para exame de eficiência balística,
não havendo a manipulação apropriada para verificação papiloscópica".
Para o MP, "tendo em vista a incerteza da autoria do disparo que
atingiu a vítima e, consequentemente, causou a sua morte, ambos os denunciados
incorreram no delito". No último dia 23, a Justiça determinou que os
denunciados apresentem respostas escritas à acusação e sejam citados no prazo
de 10 dias.
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