O aumento expressivo na folha de pagamento da Prefeitura de
Iguatu tem gerado questionamentos sobre a transparência e a gestão dos recursos
públicos. Dados oficiais apontam que, entre
janeiro e fevereiro, o número de servidores passou de 3.461 para 4.526, um
acréscimo de 1.065 novos registros. O impacto financeiro também chama atenção:
os gastos com pessoal saltaram de R$ 13.772.839,93 para R$ 14.988.839,93, um
acréscimo de R$ 1.215.574,64 em apenas um mês.
O crescimento repentino levanta suspeitas sobre a motivação das contratações,
especialmente diante de denúncias de nepotismo e apadrinhamento político.
Segundo relatos, parte dos novos servidores tem ligação direta com integrantes
da gestão municipal, incluindo familiares de secretários, vereadores e aliados
políticos.
Indícios de nepotismo - A ampliação da folha de
pagamento ocorre em meio a denúncias de nomeações estratégicas para cargos
comissionados, sem critérios técnicos e sem concurso público. Entre os casos relatados estão:
Filhos, irmãos e sobrinhos
em cargos de confiança
Cônjuges e parentes de
vereadores ocupando funções estratégicas na administração
Nomeações de aliados
políticos e ex-cabos eleitorais sem experiência comprovada
A prática fere os
princípios da moralidade e impessoalidade, previstos na Constituição, e pode
configurar improbidade administrativa, caso seja comprovado o uso da máquina
pública para fins políticos.
Impacto nas contas públicas - Especialistas alertam que o crescimento desenfreado da folha de pagamento
pode comprometer o equilíbrio fiscal do município. Caso o índice de despesas
com pessoal ultrapasse o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF), a prefeitura pode enfrentar sanções, incluindo restrições para
contratações e repasses de verbas.
Enquanto os gastos com folha aumentam, setores essenciais sofrem com a
falta de investimentos. Obras inacabadas e paralisadas, problemas na
infraestrutura, limpeza pública e dificuldades no atendimento à população contrastam
com a expansão dos gastos com pessoal.
Órgãos de fiscalização devem investigar - Iguatu está perto do máximo permitido das cidades do Ceará que estão no
limite percentual de gastos com pessoal e entre os dez municípios cearenses
registram denúncias de falta de pagamentos a profissionais de saúde.
Diante do cenário, cresce a expectativa para que órgãos de controle, como o
Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), investiguem as
recentes contratações e possíveis irregularidades na gestão de recursos.
Fonte - maisfm
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