A coligação “Pra Mudar
Iguatu” (PT, MDB, Republicanos, PP, Solidariedade) protocolou nesta
quarta-feira (14), uma manifestação bomba no processo que pode levar à cassação
do prefeito Roberto Filho (PSD). O documento se refere à Ação de Investigação
Judicial Eleitoral (AIJE) que apura abuso de poder político e econômico nas
eleições de 2024, e traz novos elementos explosivos: vídeos, conversas e provas de que a campanha usou um comitê paralelo e
pagou cabos eleitorais por fora da contabilidade oficial.
Defesa acusada de mentir à Justiça
Um dos trechos mais
duros da manifestação denuncia que os advogados da defesa apresentaram um
documento tentando confundir o juízo, fazendo parecer que seria um laudo
pericial da PF, quando, na verdade, trata-se de um mero relatório
administrativo assinado por agente sem competência técnica pericial.
“Convenientemente, a ilação travestida de assertiva deu causa a Inverdade processual gravíssima. Os Investigados fazem referência a documento que NÃO É ‘LAUDO PERICIAL’ e que não se refere aos celulares de ‘Thiago Fumaça’”, afirma a petição da coligação.
A acusação sustenta que
a estratégia da defesa foi enganar o juiz ao chamar de “laudo” um documento que
não tem valor técnico, nem foi produzido por perito criminal, o que pode
configurar litigância de má-fé.
Relatórios da Inteligência da Polícia Civil mostram atuação clandestina da campanha
A peça também destaca
que conversas extraídas pelos relatórios da Inteligência da Polícia Civil do
Ceará revelam que a advogada Márcia
Teixeira, que atuava como coordenadora informal da campanha, negociava
diretamente com o operador conhecido como “Thiago
Fumaça”, responsável por montar equipes de militância e propaganda política
em troca de pagamento em dinheiro vivo ou por meio de transferências via PIX.
Trechos das conversas
incluem
Márcia Teixeira: “Consegue montar uma turma de 20
pessoas pra amanhã”
Thiago Fumaça: “Consigo sim, mas tem que ser
dinheiro na mão. Tá todo mundo pedindo adiantado”.
Márcia: “Pode deixar. Te mando os nomes e
os bairros que precisam cobrir”.
Outro trecho revela transferência de R$ 10 mil para custear
os serviços de campanha, supostamente fora da contabilidade oficial:
Thiago: “Já fiz o PIX pra três. Faltam
sete. O resto vou pagar em espécie amanhã”.
Márcia: “Beleza. Só cuida pra não postar nada
com camisa. Discrição total”.
Além disso, os
relatórios mostram que o escritório de advocacia de Márcia Teixeira funcionava como um comitê de campanha disfarçado,
frequentado pelo próprio Roberto Filho, por sua esposa e por diversos aliados
políticos.
“A intimidade do então candidato Roberto Filho com o comitê de campanha
(escritório da Dra. Márcia) levou a, em ao menos uma ocasião, levar sua esposa
ao ambiente de campanha”, reforça a acusação.
Coligação pede novas perícias e convocação de testemunhas
A coligação pediu ao juiz eleitoral que: Separe os vídeos extraídos dos equipamentos apreendidos em CD ou
pen-drive.
Solicite à Polícia
Federal que informe se ainda tentará recuperar os dados do celular de Márcia
Teixeira.
E que duas pessoas que
aparecem nos vídeos sejam chamadas para prestar depoimento ao juiz, são elas:
Francisco Laelton, coordenador da campanha e atual secretário
de Administração.
Anderson Teixeira, também coordenador de campanha.
No meio jurídico, esse depoimento é chamado de oitiva de testemunhas - basicamente, o momento em que o juiz escuta o que essas pessoas têm a dizer sobre o caso.
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