quinta-feira, 15 de maio de 2025

PM é acusado e se torna réu por tortura e homicídio contra dono de barraca na Praia de Iracema

O Ministério Público afirma que quando o militar se aproximou de Taian, o agente "segurou a vítima e em seguida sacou a arma que portava"

O crime aconteceu na madrugada de 12 de março de 2025

A Justiça acolheu a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) acusando o policial militar Erick Nery de Oliveira de torturar e matar um dono de barraca na Praia de Iracema, em Fortaleza. Taian Fé Nogueira Costa estava algemado quando foi atingido por um disparo no ombro.
De acordo com a acusação, o réu se aproveitou de uma circunstância que dificultou e impossibilitou a vítima de se defender. Erick alega que o disparo foi acidental, mas para o MP, "as circunstâncias do fato, portanto, revelam a desproporcionalidade da conduta".
A denúncia foi recebida pelo juiz da 3ª Vara do Júri, que mandou intimar o réu para apresentar defesa.

O DIA DO CRIME - O crime aconteceu na madrugada de 12 de março de 2025. Erick patrulhava no local junto a outros policiais, quando abordaram e revistaram um grupo de aproximadamente 15 pessoas. 
Durante a abordagem, os PMs constataram que Taian tinha um mandado de prisão em aberto, expedido pela Justiça do Pará, por roubo. O jovem teria resistido à prisão e corrido para dentro do mar, sendo seguido pelo PM denunciado.
O MP afirma que, quando o militar se aproximou de Taian, o agente "segurou a vítima e em seguida sacou a arma que portava".
Na sequência, segundo testemunhas, o policial ainda segurou a vítima empurrando-o contra a água, o afogando, "conduta esta que não evolui até efetivo afogamento na vítima, mas certamente constitui emprego de violência contra pessoa que estava sob o poder/autoridade do réu".
O laudo cadavérico confirmou que a vítima foi atingida no ombro esquerdo e o disparo atravessou o tórax e perfurou os dois pulmões.
Uma testemunha relatou que, ao ser abordado, o jovem foi algemado e em dado momento "ficou nervoso" e correu, mas foi alcançado pelos militares e baleado ainda algemado.
Além de alvo da investigação por homicídio, o agente está atualmente afastado dos quadros da Polícia Militar do Ceará (PMCE) por determinação da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Taian trabalhava na barraca com sua esposa, vendendo drinks, petiscos e almoços. Durante a noite, o espaço funcionava como uma lanchonete.

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