terça-feira, 13 de maio de 2025

Roupas em matagal, tatuagem e DNA - O que se sabe sobre ação de PMs em morte de empresário em Fortaleza

Policiais presos pela morte de empresário em Fortaleza se negaram a fornecer amostras de DNA para os investigadores.

Vinícius estava sozinho quando foi abordado pelos criminosos, saindo de uma reunião na padaria

Os autores da morte do empresário dono de rádio Vinícius Cunha Batista deixaram 'rastros' por onde passaram.
As roupas dos executores encontradas em um matagal na Cidade dos Funcionários, próximo ao local do crime - Uma tatuagem no braço de um dos PMs - e imagens de câmeras nos locais por onde os suspeitos passaram no dia do homicídio e em dias anteriores a execução foram importantes para apontar a participação dos PMs. Esses e outros detalhes, somados, permitiram que os investigadores identificassem os três primeiros suspeitos.
Os agentes detidos na condição de investigados são Wellington Xavier de Farias, Rodrigo Aguiar Braga e Rebeca Júlia de Almeida Canuto. Para cada um deles foi expedido mandado de prisão temporária, com prazo de 30 dias.
Eles usaram dois veículos para praticar o homicídio do empresário: uma moto, onde estavam os executores, e um automóvel, que deu apoio para a empreitada criminosa. Os veículos foram apreendidos na operação da semana passada.

BUSCAS E APREENSÕES - Os mandados de prisão foram expedidos pela 5ª Vara do Júri após parecer favorável do Ministério Público do Ceará (MPCE). A Justiça considerou que existem elementos concretos e objetivos quanto à materialidade e indícios de autoria. Ao serem levados para a delegacia, os agentes se mantiveram em silêncio durante depoimento e negaram autorizar a coleta de amostra de DNA para comparar com o material genético que há nas roupas.
Equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) estiveram nas sedes dos batalhões onde os PMs trabalham e fizeram buscas nos armários dos policiais.
Por nota, a Polícia Civil disse que os suspeitos foram presos nas próprias residências deles. Quatro armas de fogo, celulares, HD externo e um veículo Ônix foram apreendidos.
Vinícius Cunha Batista foi morto a tiros quando saía de uma padaria no bairro Engenheiro Luciano Cavalcante, em Fortaleza.
No local foram encontradas munições calibre 9 milímetros, Ponto 40 e 380.
A principal linha investigativa adotada pelas autoridades sobre a motivação da morte é que o empresário foi assassinado devido à ligação dele com processos licitatórios em prefeituras no Interior do Estado.

FICHA DOS PMS PRESOS - Rodrigo e Rebeca são atualmente lotados no Batalhão Especializado em Policiamento do Interior (Bepi), enquanto Wellington atua no 19º Batalhão de Policiamento Militar.
O soldado Wellington Farias
responde criminalmente por um duplo homicídio e tortura, com desaparecimento de vítima, enquanto o cabo Rodrigo Aguiar tem antecedentes criminais por tentativa de homicídio (na mesma região onde Vinícius foi morto) e participação no motim de PMs, no ano de 2020.
Já a soldado Rebeca Almeida chegou a ser investigada no ano passado por um extravio de arma de fogo e munições de um militar, na Caucaia. Recentemente, a Justiça Militar decretou extinta a punibilidade neste caso.

CRIME ACONTECEU NO DIA DO ANIVERSÁRIO DA VÍTIMA - Vinícius estava sozinho quando foi abordado pelos criminosos, saindo de uma reunião na padaria. O empresário tinha completado 47 anos na data do assassinato.
Além de sócio-proprietário do Sistema Uirapuru de Comunicação, a vítima também era sócio-diretor da Provale Energia e Grupo Reluz, com sede em Limoeiro do Norte. Segundo fonte, as empresas de energia de Vinícius costumavam concorrer em processos licitatórios em prefeituras no Interior do Estado, no ramo de iluminação pública.

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