Policiais presos pela morte de empresário em Fortaleza se negaram a fornecer amostras de DNA para os investigadores.
Vinícius estava sozinho quando foi abordado pelos criminosos,
saindo de uma reunião na padaria
Os autores da morte do empresário dono de rádio Vinícius
Cunha Batista deixaram 'rastros' por onde passaram.
As roupas dos executores encontradas em um matagal na Cidade dos Funcionários,
próximo ao local do crime - Uma tatuagem no braço de um dos PMs - e imagens de
câmeras nos locais por onde os suspeitos passaram no dia do homicídio e em dias
anteriores a execução foram importantes para apontar a participação dos PMs.
Esses e outros detalhes, somados, permitiram que os investigadores identificassem
os três primeiros suspeitos.
Os agentes detidos na condição de
investigados são Wellington Xavier de Farias, Rodrigo Aguiar Braga e Rebeca
Júlia de Almeida Canuto. Para cada um deles foi expedido mandado de prisão
temporária, com prazo de 30 dias.
Eles usaram dois veículos para praticar o homicídio do empresário: uma moto,
onde estavam os executores, e um automóvel, que deu apoio para a empreitada
criminosa. Os veículos foram apreendidos na operação da semana passada.
BUSCAS E APREENSÕES - Os mandados de prisão
foram expedidos pela 5ª Vara do Júri após parecer favorável do Ministério
Público do Ceará (MPCE). A Justiça considerou que existem elementos concretos e
objetivos quanto à materialidade e indícios de autoria. Ao serem levados para a
delegacia, os agentes se mantiveram em silêncio durante depoimento e negaram
autorizar a coleta de amostra de DNA para comparar com o material genético que
há nas roupas.
Equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da
Delegacia de Assuntos Internos (DAI) estiveram nas sedes dos batalhões onde os
PMs trabalham e fizeram buscas nos armários dos policiais.
Por nota, a Polícia Civil disse que os suspeitos foram presos nas próprias
residências deles. Quatro armas de fogo, celulares, HD externo e um veículo
Ônix foram apreendidos.
Vinícius Cunha Batista foi morto a tiros quando saía de uma padaria no bairro
Engenheiro Luciano Cavalcante, em Fortaleza. No local foram encontradas
munições calibre 9 milímetros, Ponto 40 e 380.
A principal linha investigativa adotada pelas autoridades sobre a motivação
da morte é que o empresário foi assassinado devido à ligação dele com processos
licitatórios em prefeituras no Interior do Estado.
FICHA DOS PMS PRESOS - Rodrigo e Rebeca são
atualmente lotados no Batalhão Especializado em Policiamento do Interior
(Bepi), enquanto Wellington atua no 19º Batalhão de Policiamento Militar.
O soldado Wellington Farias responde criminalmente por um duplo homicídio e
tortura, com desaparecimento de vítima, enquanto o cabo Rodrigo Aguiar tem antecedentes criminais por tentativa de
homicídio (na mesma região onde Vinícius foi morto) e participação no motim de
PMs, no ano de 2020.
Já a soldado Rebeca Almeida chegou a ser investigada no ano passado por um extravio de arma de fogo
e munições de um militar, na Caucaia. Recentemente, a Justiça Militar decretou
extinta a punibilidade neste caso.
CRIME ACONTECEU NO DIA DO ANIVERSÁRIO DA VÍTIMA - Vinícius estava sozinho quando foi abordado pelos criminosos, saindo de
uma reunião na padaria. O empresário tinha completado 47 anos na data do
assassinato.
Além de sócio-proprietário do Sistema Uirapuru de Comunicação, a vítima
também era sócio-diretor da Provale Energia e Grupo Reluz, com sede em Limoeiro
do Norte. Segundo fonte, as empresas de energia de Vinícius costumavam
concorrer em processos licitatórios em prefeituras no Interior do Estado, no
ramo de iluminação pública.
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