A empresa, alvo da operação, possui contratos com 17 prefeituras cearenses.
O Ministério
Público do Ceará (MPCE) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (04), a
operação 'Aratrum', com foco na
apuração de um possível esquema de superfaturamento e inexecução
contratual envolvendo serviços de máquinas pesadas contratados
pela Prefeitura de Quixelô. A ação é conduzida pela Promotoria
de Justiça do município, com o apoio de outros promotores e da Polícia Civil (PCCE).
A investigação mira a atuação da empresa Urbanize Locações e Serviços,
responsável por contratos com pelo menos 17 prefeituras cearenses.
Desde 2020, a empresa teria movimentado mais de R$ 100 milhões em
contratos públicos, sendo R$ 12.989.680,49 apenas em 2025. O
município onde mais recebeu valores neste ano foi Quiterianópolis, com
cerca de R$ 3,9 milhões em pagamentos. Entre 2021 e 2025, os
contratos investigados apenas em Quixelô somam R$
3.794.214,91. A apuração também aponta indícios de crimes como peculato, falsidade
ideológica e associação criminosa.
As ordens judiciais expedidas pelo 2° Núcleo de Custódia e Garantias de Iguatu
resultaram no cumprimento de três mandados de prisão e seis mandados de busca e
apreensão nos municípios de Quixelô, Canindé e Itapiúna. Os alvos incluem
agentes públicos, empresários e empresas. Documentos, computadores e celulares
foram recolhidos e serão submetidos à análise técnica.
Dois secretários municipais de Quixelô tiveram prisão temporária
decretada. Já o empresário David Lopes Silva, apontado como
proprietário da Urbanize Locações e detentor de contratos com o município, é
considerado foragido.
O MPCE afirma que os levantamentos iniciais indicam superfaturamento e
descumprimento contratual na prestação de serviços de máquinas pesadas à
Prefeitura de Quixelô. O material apreendido e os depoimentos colhidos
devem orientar a continuidade das diligências e esclarecer o alcance das
possíveis irregularidades.
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