Ataques na Grande
Fortaleza foram comandados de dentro de unidades prisionais. Na foto, um dos 21
ônibus incendiados, na CE-040
A secretária da Justiça e
Cidadania (Sejus), Socorro França, está estudando a construção de um presídio
de segurança máxima no Ceará. A informação foi repassada pela pasta no momento
em que a gestão de Socorro França enfrenta a primeira crise no sistema prisional.
Semana passada, a situação se manifestou nas ruas de Fortaleza e da Região
Metropolitana, com 34 ataques que teriam sido articulados por organizações
criminosas.
A Sejus também informou que está
trabalhando na identificação de lideranças dentro das unidades prisionais em
parceria com outras instituições para traçar estratégias de ação. Neste ano,
cinco internos que estavam em unidades prisionais cearenses foram transferidos
para presídios federais.
O Conselho Estadual de Segurança
Pública afirma que o Ceará não tem unidade de segurança máxima. O Instituto
Penal Paulo Sarasate (IPPS) cumpria o papel, reunindo presos de maior
periculosidade, como Antônio Carlos de Souza Barbosa, o Carioca, que fez refém
dom Aloísio Lorscheider, no dia 15 de março de 1994. Um dos núcleos da unidade
era conhecido como Selva de Pedra.
Contudo, o IPPS foi desativado em
2013. A promessa era de construção de uma unidade de segurança máxima para 100
presos, mas a ideia não foi colocada em prática. Com a gestão de Socorro
França, o órgão voltou com o estudo da criação desse tipo de unidade.
O Ministério Público diz que a
construção dessa unidade é um pedido antigo do órgão, pois traz segurança no
cumprimento da pena de pessoas que cometeram crimes graves ou que fazem parte
de organizações criminosas, devido ao isolamento e à falta de comunicação.
Conforme o MPCE, a iniciativa
garantiria o cumprimento da Lei de Execuções Penais, pois seria possível
separar efetivamente os condenados pela periculosidade deles e aplicar o regime
disciplinar diferenciado.
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