Após cinco anos consecutivos de
seca, neste ano, o Ceará encerra a quadra chuvosa (fevereiro a maio) sem
atingir a média histórica, mas ficou no intervalo (de 505 a 695 mm) considerado
pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) em torno
da média. Enquanto a situação hídrica do Ceará segue preocupante, o
monitoramento das condições climáticas para 2018 traz um alívio momentâneo: os
fatores de formação do El Niño recuaram no mês de maio. Assim, o fenômeno pode
não acontecer ou vir com pouca intensidade no próximo ano.
O aquecimento anormal das águas
de superfície do Oceano Pacífico caracteriza a ocorrência do El Niño. Pela
dimensão do Oceano, este aquecimento é gradual ao longo dos meses. As
observações de maio apontam para um resfriamento destas águas. A condição do
Pacífico ainda é de águas superficiais aquecidas, porém estão agora mais
próximas da neutralidade.
Estas condições podem mudar com
uma possível retomada do aquecimento das águas. Com os dados coletados até a
terceira semana de maio, ainda há 55% de chances de manifestação do El Niño no
fim deste ano e início de 2018.
Com as chuvas de 2017, o Ceará
tem água para mais um ano. No entanto, as ações de convivência com a seca
deverão levar em conta o pior cenário: um
2018 de mais estiagem e sem a chegada das águas do rio São Francisco. A meta
atual é chegar ao início de 2019 ainda com reservas de água.
Conforme a Companhia de Gestão
dos Recursos Hídricos (Cogerh), o socorro aos municípios continuará sendo feito
com perfuração de poços, montagem de adutoras emergenciais, exploração de novas
fontes hídricas e ações de uso racional da água — como a tarifa de contingência.
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