terça-feira, 21 de agosto de 2018

ABASTECIMENTO - Nível das reservas hídricas do Estado já preocupa

O Castanhão, maior açude do Estado, está com 6,99% para o Vale do Jaguaribe e RMF

O Ceará acumula em suas reservas hídricas 14,9% nos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Há 23 reservatórios em situação de volume morto e 12 estão secos. Outros 12 estão acima de 90% e 90 abaixo de 30%. A situação é considerada crítica e tende a piorar nos próximos meses por causa da evaporação e maior consumo decorrente do aumento de temperatura no sertão cearense.
No fim da quadra chuvosa (fevereiro a maio) o nível médio dos reservatórios era de 17,2%. Em comparação com igual período de 2017, houve uma pequena melhora, pois em 31 de maio daquele ano, as reservas acumulavam 12,6%.
Das 12 bacias hidrográficas que integram o Ceará a situação mais crítica é a do Médio Jaguaribe (6,93%), Alto Jaguaribe (8,83%), Banabuiú (9,03%) e Sertões de Crateús (9,27%). A maior reserva está na Litorânea que acumula (75,04%).

Preocupação - A preocupação mais uma vez é com o Açude Castanhão, que é o maior do Estado, e tem reserva de água em torno de 6,99% para atender à demanda de parte do Médio, todo o Baixo Jaguaribe e suporte para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). No fim da quadra chuvosa deste ano, o Castanhão acumulava 8,44%. Em igual período de 2017, o nível era de 5,7%. No início deste ano estava com 5,06%. O nível mais baixo foi registrado em 22 de fevereiro, com 2,08%.
O segundo maior reservatório do Ceará, o Orós tem apenas 8,3% de sua capacidade. No fim da quadra chuvosa deste ano estava com 10,4% e em igual período de 2017 acumulava 9,5%. O açude tem o papel de abastecer diversas comunidades na região do Médio Jaguaribe, dentre elas, Nova Floresta, Feiticeiro e Mapuá, em Jaguaribe; e Jaguaribara.
As cidades de Mombaça, Pereiro e Boa Viagem são as que continuam em situação mais crítica porque os açudes que abasteciam aqueles centros urbanos continuam secos.
Iguatu é o maior centro urbano do Centro-Sul do Ceará, com população estimada, em 2017, de 102.614 pessoas, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade e parte da área rural, além de Acopiara, são abastecidos pelo Açude Trussu, que vem perdendo reserva desde 2012. Atualmente acumula 6,0%, mas, no fim da quadra chuvosa deste ano, estava com 7,2% e na mesma data em 2017, acumulava 12,1%.

Qualidade - A qualidade da água do Trussu está ficando cada vez pior e o temor é que, a partir de novembro, não tenha mais condições de captação para atender à demanda de Iguatu e Acopiara.
O chefe local do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Cléber Cavalcante, disse que, dentre os açudes do Órgão no Ceará, o Trussu é o que está em situação mais calamitosa. A situação do Trussu é realmente preocupante.
O reservatório, no fim deste ano, deverá chegar a aproximadamente 3%, conforme projeção do escritório regional Cogerh. A projeção para fevereiro de 2019 é de 2,7%. A demanda somente para Iguatu é de 750m³/h.
O terceiro maior reservatório do Ceará, o Banabuiú, chegou, em março passado a 0,4%, um nível crítico, que perdurou ao longo de 2017, mas, em abril deste ano, houve recarga e o reservatório terminou a quadra chuvosa com 7%. Um alívio para o quadro de baixo volume.

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