sábado, 1 de setembro de 2018

'Arrancaram olho do meu neto à bala', diz avó sobre PMs acusados de matar menino de 10 anos

Imagem que circula nas redes sociais mostra Ítalo dentro do carro que furtou após ter sido baleado pela PM em 2016 (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Imagem mostra Ítalo dentro do carro que furtou após ter sido baleado pela PM em 2016

“Acho que ser humano nenhum gosta de ver um parente morto daquele jeito. Arrancaram o olho do meu neto à bala. Ele era uma criança".

A declaração acima foi dada nesta semana pela manicure Zenaide de Jesus Siqueira, de 59 anos, ao comentar a denúncia do Ministério Público (MP) de São Paulo contra cinco policiais militares acusados no caso da morte de Ítalo Ferreira de Jesus Siqueira.
O menino foi morto com um tiro na cabeça aos 10 anos de idade durante perseguição policial após ter furtado um carro com um amigo de 11 anos. Ítalo dirigia um veículo Terios Daihatsu e seu colega, que estava no banco traseiro, não foi ferido.
Os agentes alegaram que atiraram para se defender após serem recebidos a tiros, mas laudo pericial concluiu que não teve disparo de dentro do veículo na direção das viaturas e motos da Polícia Militar (PM). Os disparos foram feitos de fora. Após essa informação, eles disseram que dispararam ao ver um clarão.
O crime ocorreu em 2 de junho de 2016, na região do Morumbi, área nobre da Zona Sul da capital paulista. Parte da ocorrência foi registrada por câmeras de segurança.

Acusação - Na quarta-feira (29), a Promotoria acusou dois agentes da Polícia Militar de participarem diretamente do assassinato de Ítalo. Eles também deverão responder a acusação de terem alterado a cena do crime, com mais três PMs, para simular um suposto confronto.
O promotor Fernando César Bolque acusou os policiais Otávio de Marqui e Israel Renan Ribeiro da Silva por homicídio doloso (com intenção de matar), e Daniel Guedes Rodrigues, Lincolnl Alves e o soldado identificado apenas como Adriano por fraude processual. O MP também acusou Otávio e Israel pela fraude. Não foi pedida a prisão dos PMs, que respondem ao crime em liberdade e estão trabalhando normalmente.
Até a tarde desta sexta-feira (31) a Justiça ainda não havia decidido se aceitava ou não a denúncia. Se aceitar, os acusados se tornam réus no processo. Todos os agentes respondem aos crimes em liberdade.

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