terça-feira, 8 de outubro de 2019

Investigação do MP aponta envolvimento de advogado com líderes de uma facção

Advogado foi preso quando atuava como "pombo-correio" de bandidos presos e soltos

Alaor Júnior advogava para líderes de uma facção presos na CPPL 4

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) aprofunda as investigações acerca do envolvimento de um advogado com as ações do crime organizado no Ceará. Preso há três semanas, e já liberado através de uma audiência de custódia e com o uso de uma tornozeleira eletrônica, o advogado Alaor Patrício Júnior poderá ir para a cadeia em breve. O MP já requereu que sua prisão em flagrante seja convertida em preventiva.
De acordo com a investigação, o advogado estaria atuando nos presídios que fazem parte do Complexo Penitenciário de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), como uma espécie de “pombo-correio” do crime organizado, levando e trazendo informações sobre o planejamento de fugas e da movimentação e contabilidade do tráfico de drogas, entre criminosos presos e soltos.
Além do advogado, estão sendo investigados, ao menos, quatro criminosos que hoje estão isolados na ala de segurança máxima da Casa de Privação Provisória da Liberdade Agente Elias Alves da Silva, a CPPL 4, em Itaitinga.
São bandidos de alta periculosidade identificados como Antônio Rômulo Soares dos Santos, José Wangleison Batista de Castro, Alan Marcos Azevedo Rocha e Valdemberg Rodrigues da Silva. Os quatro seriam clientes do advogado e respondem a uma lista volumosa de crimes como assassinatos (homicídios), tráfico de drogas, formação de quadrilha, roubo, receptação, associação para o tráfico de entorpecentes e organização criminosa nas comarcas de Fortaleza, Caucaia e Itaitinga.
Preso em flagrante quando escondia na cueca bilhetes dos criminosos para serem entregues fora da cadeia, Alaor Patrício Júnior foi suspenso pelo Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE). A princípio, está proibido de exercer a profissão por cerca de 12 meses. A medida é preventiva enquanto o processo disciplinar tramita e poderá terminar na cassação de sua carteira da OAB, o que o impedirá de advogar definitivamente.

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