A cerimônia está marcada para o
dia 21 de outubro deste ano, no Crato - O processo iniciou em 2011 e, em pouco
mais de oito anos, a mártir será oficialmente beata. Há casos que levam décadas
para serem concluídos
Local onde Benigna foi morta, em
Santana do Cariri, recebe milhares de devotos
Aclamada "Heroína da Castidade" em Santana do Cariri, Benigna
Cardoso da Silva se tornará a primeira beata do Estado, no próximo dia 21 de
outubro, data em que foi batizada. Apesar de ter sido morta em 1941, seu
processo foi iniciado apenas em 2011, porém, em pouco mais de oito anos, já
obteve sucesso e conquistou o último passo antes de uma possível canonização.
Por outro lado, há ainda cinco cearenses, alguns com causas mais antigas, que
continuam aguardando a beatificação - quatro já estão em análise e um depende
da aprovação do Vaticano.
Natural de Santana do Cariri, Benigna foi morta a golpes de faca, aos
13 anos, depois de resistir a uma tentativa de estupro por um adolescente que a
assediava. Os devotos acreditam que ela "deu a vida para não cometer
pecado". Foi com esta tese que a Diocese de Crato abriu o processo em 2011
e, dois anos depois, já recebeu o 'Nihil obstat' (nada obsta), documento
emitido pelo Vaticano permitindo a abertura da causa de beatificação.
O bispo Dom Gilberto Pastana, da Diocese de Crato, acredita que a
beatificação reconhece "as virtudes cristãs, espirituais e humanas".
É por isso que, na fase inicial, os teólogos investigam as virtudes ou o
martírio, detalhando as circunstâncias da morte. No caso de Benigna, em 2016, o
Vaticano solicitou depoimentos de pessoas que viveram entre as décadas de 1940
e 1980, relatando as graças alcançadas.
O caso da primeira beata cearense é semelhante ao de Albertina
Berkenbrock, que foi assassinada em 1931, aos 12 anos, também resistindo a uma
tentativa de estupro. A menina, natural de Imuraí, em Santa Catarina, teve seu
processo reconhecido em 2001, foi aclamada "venerável" cinco anos
depois, com o reconhecimento do martírio, e beatificada em 20 de outubro de
2007.
Romarias de Benigna reúnem
milhares de devotos que se concentram na frente da Matriz de Santana do Cariri
Rito e fé - A romaria em
homenagem a Benigna, que acontece há 16 anos, reúne cerca de 30 mil pessoas
todo dia 24 de outubro, data de sua morte. Muitas mulheres e crianças vão até o
Sítio Oitis, no distrito de Inhumas, a dois quilômetros da sede do município de
Santana do Cariri, usando vestido vermelho com bolinhas brancas, que
supostamente a mártir vestia ao ser assassinada. "Os devotos divulgam e trazem
mais pessoas", conta o padre Paulo Lemos, da Paróquia de Santana. A
multidão segue a pé até a Igreja Matriz de Santa Ana, onde a menina Benigna foi
sepultada.
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