Os 15 dias iniciais de dezembro terminaram com menos de 6 mm
de volume de chuva acumulado - Contudo, para a segunda metade do mês, a
previsão é que as precipitações se intensifiquem, sobretudo no Sul do Estado
Para o Sertanejo, o mês de dezembro carrega consigo um simbolismo
único. Ele marca o início da pré-estação e, embora o volume das chuvas que caem
neste período não tenha qualquer relação com a quadra chuvosa (fevereiro a
maio), é neste mês que os agricultores começam a olhar esperançosos para o céu
à procura das primeiras nuvens carregadas e, finalmente, poderem iniciar o
plantio no campo.
Nesta primeira quinzena de dezembro, no entanto, as chuvas se
apresentaram de forma tímida. Conforme dados da Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), choveu apenas 5.4 milímetros até o
último dia 15, ou seja, menos de 83% da média histórica mensal (31.6mm).
Contudo, esse baixo volume não exprime qualquer retrato definitivo de dezembro.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as precipitações, em
dezembro, ocorrem com maior intensidade "na segunda quinzena, e em maior
quantidade no Cariri cearense (Sul do Estado)".
Na prática, o prognóstico se confirmou. Entre as 7 horas de
quinta-feira (17) e 7 horas de ontem (18), a Funceme registrou precipitações em
58 cidades cearenses. Foi o maior número de municípios banhados pela chuva
neste mês. Os maiores volumes pluviométricos se concentram no Sul do Estado.
Santana do Cariri (50 mm), Crato (42 mm), Farias Brito (38 mm) e Missão Velha
(30 mm), registraram as maiores chuvas. De quarta para quinta, choveu em 42
cidades, foi o segundo maior quantitativo do mês. O Cariri também concentrou os
maiores volumes pluviométricos.
Otimismo e esperança - No campo, os agricultores se mostram
animados com a sinalização da chegada das chuvas nesta segunda quinzena de
dezembro.
Segundo a Funceme, as precipitações devem continuar, pelo menos, até
hoje. A previsão para este sábado, conforme a Funceme, é de tempo com
nebulosidade variável e possibilidade de chuva em todas as regiões. Já para
domingo (20), há maior chance de possibilidade de chuva na faixa litorânea e no
Maciço de Baturité.
Quadra chuvosa - Apesar de dezembro marcar o início da
pré-estação, especialistas reforçam que as precipitações deste período
(dezembro-janeiro) não podem ser relacionadas com as da quadra chuvosa. "Os sistemas meteorológicos
atuantes em dezembro e janeiro são diferentes dos observados na quadra
chuvosa". Já na quadra, os principais fenômenos indutores das chuvas são a
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e os Vórtices Ciclônicos de Altos
Níveis (VCAN).
Apesar da dissociação, o cenário, em um primeiro momento, se desenha
favorável para chuvas dentro da média no próximo ano. De acordo com o Inmet,
atualmente, há formação de sistema La Niña, caracterizado por resfriamento das
águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. A não existência de El Niño,
que é o fenômeno contrário, já indica um quadro que pode ser favorável. A
previsão oficial para quadra chuvosa de 2021 deve ser divulgada na segunda
quinzena de janeiro pelos principais institutos meteorológicos.
Seca - Em contraponto ao cenário de boas chuvas
estão aquelas cidades que lutam contra a escassez hídrica. Na última quinta
(17), o Governo do Estado decretou estado de emergência em 11 municípios. São
eles: Cedro, Deputado Irapuan Pinheiro, Itapajé, Jaguaretama, Madalena, Milhã,
Mombaça, Monsenhor Tabosa, Parambu Quixeramobim e Solonópole.
A justificativa da medida tem por base a queda no armazenamento dos
recursos hídricos em pequenos e médios reservatórios, impondo dificuldades para
o abastecimento humano e dessedentação animal.
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