Açude Trussu, em Iguatu, está com 19% da capacidade de
armazenamento de água
Assim como os três maiores açudes do Ceará – Castanhão, Orós e Banabuiú
– são fundamentais para o abastecimento da população, outras dezenas de
reservatórios menores garantem a segurança hídrica no interior. Apesar da boa
quadra chuvosa em 2020, o cenário preocupa. Algumas cidades convivem com
racionamento há sete anos, devido à irregularidade das precipitações. Ainda
assim, o cenário é melhor que há um ano.
Hoje, segundo o Portal Hidrológico do Ceará, dos 155 açudes
monitorados, 65 estão abaixo de 30% da capacidade – a situação é mais crítica
em 26 deles, que estão abaixo de 10%. As bacias do Banabuiú e Médio Jaguaribe
são as mais preocupantes, com média de volume de 11,07% e 10,67%,
respectivamente.
Caririaçu - O açude Manoel Balbino, em Juazeiro do Norte,
que abastece Caririaçu, com cerca de 26 mil habitantes, é um dos reservatórios
em situação crítica. Hoje, está com 6,57%, um pouco melhor que em janeiro do
ano passado, quando alcançava 5,46%.
Desde 2013, a cidade convive com racionamento. Segundo moradores,
alguns bairros passam até 20 dias sem água.
Alívio - As boas chuvas de 2020 garantiram a
segurança hídrica em cidades como Iguatu e Acopiara, que enfrentaram em 2018 e
2019, crise no abastecimento urbano porque o nível do açude Trussu chegou a 3%.
Na quadra chuvosa de 2020, o nível chegou a 25% e “trouxe segurança hídrica por
três anos”.
Ainda na região Centro-Sul, a cidade de Icó também vivenciou crise de
desabastecimento e, por mais de um ano, os moradores receberam água em
condições precárias. O açude Lima Campos também chegou a 3%, mas em 2020
recebeu recarga e o nível subiu para 19,8%, assegurando a distribuição de água.
Outros municípios que enfrentaram dificuldades em 2019 e 2020 foram
Quixadá e Quixeramobim. Ambos dependem do açude Pedras Brancas, cujo nível está
reduzido (6%), mas houve um alívio com a retomada de água na barragem de
Quixeramobim, que ficou em volume morto entre novembro de 2019 e março de 2020 e,
hoje, acumula 22% de água.
Entre 2016 e o início de 2020, o açude Vieirão, que abastece Boa
Viagem, secou e trouxe enormes dificuldades para o abastecimento da cidade, que
passou a depender de caminhão-pipa. Atualmente, o reservatório está com 13%,
mas chegou a 22% no fim da quadra chuvosa de 2020.
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