Há 33 dias, a Operação Carro-Pipa está suspensa em todo o Ceará. Mesmo
na quadra chuvosa, ainda há regiões do Interior que necessitam do
reabastecimento das cisternas feito por caminhões em decorrência da irregularidade
das precipitações.
A situação afeta diretamente 350 pipeiros e 250 mil famílias em áreas
rurais. A informação é do Sindicato dos Pipeiros do Ceará (Sindipece) e das
Coordenadorias Municipais de Defesa Civil (Comdec).
“A situação se agrava a cada dia porque as chuvas são poucas, isoladas
e infelizmente a Operação Caminhão-Pipa está suspensa”.
Somente em Canindé, mais de seis mil famílias necessitam da
continuidade da Operação de entrega de água.
As comunidades rurais mais afetadas são das regiões do Sertão Central,
Inhamuns e Sertão de Crateús.
Pagamentos estão atrasados,
segundo sindicato - De acordo com
o Sindipece, o pagamento dos serviços prestados na distribuição de água está
com atraso referente aos últimos três meses.
O atraso no pagamento dos serviços prestados e as regras atuais do
programa trazem impacto porque, segundo a entidade que representa a categoria,
“os pipeiros estão desmotivados, não estão atendendo às chamadas públicas”.
A Associação dos Municípios do Ceará (Aprece) voltou a mostrar
preocupação com a paralisação do programa.
No Ceará, a Operação Caminhão-Pipa é executada pelo 40º Batalhão de
Infantaria, em Crateús; o 23º Batalhão de Caçadores (23BC) e o 10º Depósito de
Suprimentos (DSup), em Fortaleza.
Esclarecimento do Ministério do
Desenvolvimento Regional - O MDR
informou por nota que “nos meses de janeiro e fevereiro, houve o repasse
emergencial de R$ 89,7 milhões para a Operação Carro-Pipa (OCP) Federal, que
foram descentralizados ao Exército Brasileiro (EB) - responsável pela execução
do serviço”.
A Operação Carro-Pipa (OCP) federal é executada em toda a região rural
do Semiárido, abrangendo os estados do Nordeste e parte de Minas Gerais e
Espírito Santo.
Chuvas abaixo da média histórica
- De acordo com a Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), em janeiro passado a
macrorregião do Sertão Central/Inhamuns registrou chuvas abaixo da média
histórica para o período. Foram observados 32,8mm, quando o esperado era de
88,1mm, ou seja, um déficit de 62,7mm.
Em fevereiro, primeiro mês da quadra chuvosa, a Funceme registrou na
mesma região, um índice positivo de 17,5%. Eram esperados para o período, em média,
105,3mm e choveu 123,7mm.
Já no decorrer deste mês, os dados parciais da Funceme apontam queda de
47,9%. A média do mês é de 174,1mm, mas até agora foram observados apenas 90,7mm.
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