terça-feira, 23 de março de 2021

Suspensão da Operação Carro-Pipa e chuvas irregulares no Ceará deixam 250 mil famílias sem água

 Pagamentos estão atrasados

Há 33 dias, a Operação Carro-Pipa está suspensa em todo o Ceará. Mesmo na quadra chuvosa, ainda há regiões do Interior que necessitam do reabastecimento das cisternas feito por caminhões em decorrência da irregularidade das precipitações.
A situação afeta diretamente 350 pipeiros e 250 mil famílias em áreas rurais. A informação é do Sindicato dos Pipeiros do Ceará (Sindipece) e das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil (Comdec).
“A situação se agrava a cada dia porque as chuvas são poucas, isoladas e infelizmente a Operação Caminhão-Pipa está suspensa”.
Somente em Canindé, mais de seis mil famílias necessitam da continuidade da Operação de entrega de água.
As comunidades rurais mais afetadas são das regiões do Sertão Central, Inhamuns e Sertão de Crateús.

Pagamentos estão atrasados, segundo sindicato - De acordo com o Sindipece, o pagamento dos serviços prestados na distribuição de água está com atraso referente aos últimos três meses.
O atraso no pagamento dos serviços prestados e as regras atuais do programa trazem impacto porque, segundo a entidade que representa a categoria, “os pipeiros estão desmotivados, não estão atendendo às chamadas públicas”.
A Associação dos Municípios do Ceará (Aprece) voltou a mostrar preocupação com a paralisação do programa.
No Ceará, a Operação Caminhão-Pipa é executada pelo 40º Batalhão de Infantaria, em Crateús; o 23º Batalhão de Caçadores (23BC) e o 10º Depósito de Suprimentos (DSup), em Fortaleza.

Esclarecimento do Ministério do Desenvolvimento Regional - O MDR informou por nota que “nos meses de janeiro e fevereiro, houve o repasse emergencial de R$ 89,7 milhões para a Operação Carro-Pipa (OCP) Federal, que foram descentralizados ao Exército Brasileiro (EB) - responsável pela execução do serviço”.
A Operação Carro-Pipa (OCP) federal é executada em toda a região rural do Semiárido, abrangendo os estados do Nordeste e parte de Minas Gerais e Espírito Santo.

Chuvas abaixo da média histórica - De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), em janeiro passado a macrorregião do Sertão Central/Inhamuns registrou chuvas abaixo da média histórica para o período. Foram observados 32,8mm, quando o esperado era de 88,1mm, ou seja, um déficit de 62,7mm.
Em fevereiro, primeiro mês da quadra chuvosa, a Funceme registrou na mesma região, um índice positivo de 17,5%. Eram esperados para o período, em média, 105,3mm e choveu 123,7mm.
Já no decorrer deste mês, os dados parciais da Funceme apontam queda de 47,9%. A média do mês é de 174,1mm, mas até agora foram observados apenas 90,7mm.

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