Três policiais militares foram acusados pelos crimes de
calúnia, difamação e injúria - O MP recomendou que um delegado seja investigado
por participação nos crimes
Três policiais
militares foram denunciados por uma sequência de crimes incluindo calúnia,
difamação e injúria. Conforme acusação do Ministério Público do Ceará (MPCE),
os agentes propagaram 'fake news' contra o tenente-coronel da Polícia Militar
do Ceará (PMCE) Lucivando Rodrigues, ao disseminar no WhatsApp texto, no qual
acusavam o oficial de uma série de condutas ilícitas.
Na última semana, o MP apresentou denúncia contra o coronel Erick Oliveira
Onofre e Silva, coronel Carlos Alberto Loiola Lopes, ambos da Reserva
Remunerada (RR) e o subtenente da ativa, atualmente lotado no Batalhão de
Polícia de Choque (BPChoque), Djalma dos Santos.
O trio é acusado por dois crimes de calúnia, três difamações e dez injúrias. O
órgão ainda requereu apuração sobre suposta participação de um delegado da
Polícia Civil do Ceará (PCCE) na veiculação das mensagens. O nome do delegado
não foi divulgado porque ele ainda não é investigado.
Consta em trecho do inquérito policial militar que os investigados divulgaram
"texto apócrifo, calunioso em rede social" alegando que o
tenente-coronel vítima se valia da patente de oficial para fins pessoais,
abusando da função para cometer crimes, como envolvimento em grupos de
extermínio, tráfico de drogas, ameaças e peculato.
O texto apócrifo que incriminava o tenente-coronel Lucivando Rodrigues foi
postado em um grupo de WhatsApp na noite do dia 3 de agosto do ano passado. No
dia seguinte, o oficial fez um boletim de ocorrência e registrou as conversas
que o incriminavam em ata notarial. Daí em diante o caso foi apurado na seara
militar e culminou com a denúncia dos três PMs.
COMPARTILHAMENTO DAS MENSAGENS - No inquérito, os investigadores discordaram da ausência de indícios de
cometimento de crime militar e indiciaram os três PMs. O caso foi encaminhado
ao MP, que destacou na denúncia a infelicidade dos coronéis em ter participado
da propagação da 'fake news'.
De acordo com o
Ministério Público, o coronel Erik Oliveira teria impulsionado o
compartilhamento de mensagens contra o outro PM e ainda teria dito a vítima que
foi um outro policial autor do texto. No entanto, o soldado por ele acusado
estava preso no presídio militar à época das mensagens.
Já o coronel Loiola
confessou ter compartilhado a mensagem para saber a veracidade dos fatos. Os
dois já foram comandantes do Batalhão de Juazeiro do Norte nos anos de 2007 e
2009. O subtenente Djalma dos Santos ainda pode ter pena aumentada por ter
cometido crimes contra superior.
DETIDO NO PRESÍDIO - Para o MP, o coronel
Erik ainda teria acusado de maneira decisiva o soldado Alex Sandro Mirtis
Nóbrega como autor do texto distribuído nas redes sociais, mesmo Alex estando
preso e sem acesso ao celular, naquela época.
O soldado chegou a ser detido por envolvimento em outro episódio, em um
posto de combustíveis em Juazeiro do Norte. Ele e outro PM teriam discutido e
se desafiado para um duelo, em julho de 2021. Segundo informações, o desentendimento
teve início depois que um dos homens enviou um convite de amizade para a
namorada do outro por meio da rede social.
Durante a conversa para esclarecer o assunto, o desafio do duelo teria sido
lançado. Os policiais estavam de folga e à paisana no posto de combustível. A
Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD)
instaurou conselho de disciplina neste caso. O oficial que estava de plantão na
área e foi o responsável pela prisão dos PMs é a vítima das mensagens
divulgadas pelos coronéis e o tenente-coronel Lucivando Rodrigues.
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