Valor teria gerado conflito entre os integrantes da
organização criminosa apontada como responsável pelo crime
A pistola calibre .40 roubada do policial militar da reserva
José Hamilton Carlos de Oliveira, vítima de latrocínio
(roubo seguido de morte), foi vendida por R$ 6 mil e a divisão dos valores
causou um conflito entre os integrantes da facção que participaram do crime, em
Fortaleza.
As investigações apontaram que a
articulação do crime foi feita por Francisco Roberto Gomes Oliveira Sena
Junior, o Betinho. Ele é considerado pela Polícia Civil como o "frente" da facção Comando Vermelho
(CV) no bairro Bonsucesso. O militar da reserva fazia serviços de segurança na
loja de peças de bicicletas do bairro e, essa informação chegou a Betinho, que
planejou o roubo da arma do policial.
No dia 18 de março, os criminosos chegaram no local do crime em um Siena
roubado com placa de outro veículo. "Foram
para cima dele, o PM não teve tempo de reagir. Dois desembarcaram do veículo e
realizaram os disparos que ceifaram a vida da vítima, que morreu no local".
Betinho colocou Francisco Douglas Medeiros Ferreira para dirigir o carro. Os
outros dois que cometeram o delito são Cicero Araújo Marques dos Santos e um
adolescente de 17 anos, que desembarcaram do carro e ceifaram a vida da
vítima".
Depois do crime, Betinho foi preso por força de mandado de prisão e a esposa
dele, Sandilla Ketelen Alves de Oliveira, ficou responsável pela venda arma de
fogo. O conflito entre os integrantes da facção teve início quando Sandilla
informou que a maior parte obtida pela venda ilegal da arma de fogo seria dela,
pois o esposo foi preso. Os outros integrantes da organização criminosa
discordaram da ação e alegaram que o combinado é que o valor seria dividido de
forma igual.
Conforme as investigações, a mulher teria vendido a arma por R$ 6 mil, valor
considerado abaixo do esperado pelos criminosos, e teria justificado o preço
pela dificuldade em repassar a pistola. A mulher teria argumentado que a
comunidade tinha conhecimento que a arma era de um policial militar, que
Betinho foi preso e que a Polícia estava nas buscas dos outros envolvidos. As
informações foram obtidas pela Polícia Civil após autorização judicial para
acessar os dados dos aparelhos dos celulares dos suspeitos.
Cicero foi o segundo a ser preso, em seguida Sândila e o adolescente de 17
anos, que foi apreendido no domingo, 11, com apoio da Delegacia da Criança e do
Adolescente (DCA). A Polícia Civil agora trabalha para descobrir para quem
a arma foi vendida. Sândila afirmou, no interrogatório, que só falaria em
juízo, no direito de permanecer em silêncio.
Quando indagados sobre ter matado o agente de segurança, os interrogados
afirmaram que a vítima fez menção de sacar a arma quando eles o abordaram. Os suspeitos foram indiciados por
latrocínio (roubo seguido de morte).
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